fbpx

Semana de Tecnologia Metroferroviária defende a união de todos para incentivar o transporte sobre trilhos

Evento mostrou que as cidades só têm a ganhar com o transporte sobre trilhos.  

No encerramento, Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, falou das prioridades para o setor em 2018 e 2019

 

Antes da cerimônia de encerramento da 24º Semana de Tecnologia Metroferroviária, que ocorreu entre 21 e 24, na Unip Paraíso, em Sâo Paulo, aconteceu o Painel 5 – Os Agentes pelos Trilhos. Coordenado por Emiliano Affonso, conselheiro consultivo da AEAMESP, o painel foi aberto por José Geraldo Baião, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), que fez uma apresentação institucional da entidade.Emiliano Affonso defendeu a necessidade de se criar mecanismos que incentivem o transporte por trilhos. Segundo ele, 80% das cargas transportadas pelo Brasil são por caminhos e apenas 12% por ferrovias. “Nos últimos anos, o crescimento da frota de veículos foi dez vezes maior que o da população. As vias estão sobrecarregas e até 2030 boa parte desses trechos estará comprometido. Precisamos mudar a forma de levar pessoas e cargas, não só por São Paulo, mas pelo Brasil”, recomendou.

O presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (ONG FerroFrente), José Manoel Ferreira Gonçalves, começou sua explanação afirmando que os caminhoneiros, com a recente greve, comunicaram muito bem como a matriz de transporte no Brasil está caótica. “Desde 1860 nunca foi tão pequena a participação da ferrovia na matriz de transportes e nosso setor insiste em construir atalhos.”

Para Vicente Abate, presidente a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), atualmente o setor metroferroviário responde por 10% do transporte de carga; em 2025, deve chegar a 31%. “Essa é uma meta a ser alcançada, mas pode ser antecipada caso ocorram renovações antecipadas em todo o sistema, como a expansão prevista de 30 mil km de trilhos em todos o País.”

“A frota e os trilhos não são compatíveis às suas necessidades, sejam de cargas, sejam de pessoas. No Brasil, o processo de urbanização é um dos maiores do mundo, superando até países desenvolvidos, mas a participação do transporte sobre trilhos nas cidades não corresponde a 3,8% – enquanto o de carro é de 39% e o de ônibus e 25%”, elencou Conrado Grava de Souza, diretor de Planejamento da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). Segundo ele, esses números refletem em piores resultados com relação à poluição, segurança  e acidentes. “A palavra-chave é integração dos meios para uma mobilidade melhor e mais sustentável.”

De acordo com Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), um dia tivemos, sim, um equilíbrio da matriz, foi em 1900, quando São Paulo tinha cerca de 200 mil habitantes. Ainda entre a primeira metade do século 20 e os primeiros anos dos anos 1950, a cidade tinha mais de 200 quilômetros de trilhos, com os bondes da Light cortando a cidade. A empresa de origem inglesa, responsável pela distribuição da energia elétrica e pelo transporte de Sã Paulo tinha poder econômico e, com isso, determinou o crescimento da Capital, criando bairros onde passariam os trilhos. “O problema é que faltou planejamento a partir de 1950 para o crescimento da cidade. Se houvesse, hoje teríamos outra São Paulo – e outro País.”

Como desfecho e em contrapartida, Jurandir Fernandes, da UITP LatinAmerica, falou sobre a visão de futuro do transporte público. “O setor de ferrovia foi um dos que mais evoluíram tecnologicamente nos últimos anos e está totalmente integrado à quarta revolução industrial, a digital”, afirmou. Para ele, o que chamam de transporte do futuro já existe nos nossos trilhos, que são eletrificados e seguros; o veículo autônomo, tão apregoado com o solução, precisará da integração com o transporte público sem poluição (que o modal já oferece) e não devemos esquecer que o metrô já trabalha de forma autônoma, levando 600/800 pessoas por vez.

Encerramento – Ao final do evento, Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, fez uma palestra de encerramento das atividades da 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária. Em sua apresentação, falou do momento do transporte coletivo na cidade e das próximas inaugurações em 2018 e 2019. “Temos prioridades, mas também temos enfrentamento, que devem ser considerados pelo próximo governo, com a questão de financiamento. Mas é inevitável, São Paulo precisa do transporte sobre trilhos. Esse é o caminho”, garantiu.

No fechamento, Pedro Machado, presidente da AEAMESP, enalteceu o trabalho de todos para o sucesso da 24ª edição do evento. “Realmente foi uma vitória a realização deste evento. Foram 1.494 congressistas – um recorde ao longo dos nossos 24 anos de história. Ficou demonstrada a união dos principais atores do nosso setor. Muitas propostas para superação da crisepermearam as discussões nestes quatro dias. Ficou evidente a necessidade de ações para reequilibrar a matriz de transporte no nosso País, seja urbano ou interurbano, seja de passageiros ou de carga. Se queremos um País viável, é necessário aumentar a participação do transporte sobre trilhos”, concluiu.

Em sua 24ª edição, a Semana de Tecnologia Metroferroviária aconteceu entre 21 e 24 de agosto. Trata-se do mais importante Congresso Técnico do setor de transporte metroferroviário do País. Durante os quatro dias de evento, técnicos das operadoras, dirigentes empresariais e profissionais do setor debateram questões importantes relacionadas à mobilidade urbana nas grandes cidades.

Sobre a AEAMESP – A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), fundada em 14 de setembro de 1990‏, é uma entidade de fins não econômicos que agrega engenheiros, arquitetos, geólogos e outros profissionais de nível superior, devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs).

 

Informações à Imprensa:

Via Brasil Comunicação

Ana Lúcia Lopes – ana@viabrasilcomunicacao.com.br

Marco Barone – contato@viabrasilcomunicacao.com.br

Telefone: (11) 98655-5258