fbpx

Semana de Tecnologia Metroferroviária debate como a cidade vê e pode crescer com base nos trilhos

Último dia do Seminário da ANTP, passado, presente e futuro do transporte em trilhos e das estações são tema de debate

 

No passado, as cidades nasciam ou cresciam com base nos trilhos de trens. Desde pequenas cidades ou metrópoles, o modal é fundamental para o progresso. Em suma esse foi o ela entre as duas últimas sessões e o painel final do XII Seminário Metroferroviário da ANTP, promovido pelaAssociação Nacional de Transportes Público (ANTP), em parceria com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), no último dia da 24º Semana de Tecnologia Metroferroviária,que ocorreu entre 21 e 24, na Unip Paraíso.

O encontro teve início com a terceira sessão, que abordou o “Potencial Construtivo em Estações e Terminais de Metrô”, por meio do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo. A coordenadora, Andreina Nigrielo, da EMPLASA, abriu as apresentações falando que o momento pelo qual a cidade de São Paulo passa é de oportunidades. “Quando construímos um modal como o metrô, construímos uma cidade. O momento é propício, pois o Plano Diretor Estratégico (PDE) e o Estatuto da Cidade contribuem para isso.”

Leonardo Amaral Castro, diretor de Desenvolvimento da São Paulo Urbanismo (SPUrbanismo), da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, fez uma leitura do planejamento logístico da cidade. Segundo ele, o PDE dividiu a cidade em grandes macrorregiões que,por sua vez, são divididas em macroáreas. “A estratégia para um desenvolvimento orgânico eficiente passa por respeitar esse ordenamento. Nem todas as áreas são de ‘desejo de transformação’ e isso pede um PDE, como os Jardins, por exemplo. Mas devemos tem em mente que a mobilidade urbana é a questão mais delicada para o desenvolvimento de uma cidade. Fazer com que as pessoas evitem longos deslocamentos pela cidade, morando e trabalhando próximos às estações e terminais deve ser prioritário. É bom ter em mente que o mercado imobiliário deseja empreender na periferia tendo como base esses pontos de partida”, afirmou

Segundo Raquel Iglesias Verdenacci, gerente de Negócios do Metrô-SP , a legislação não vetava o uso do espaço público, mas não apoiava claramente isso, como faz agora, com o PDE. Antes, incentivava o eixo do transportes. Hoje, estruturou um eixo de negócios por meio do transporte da população. De acordo com ela, em 2017 foram licitados 15 terminais e isso gerará receita para o metrô. “Hoje, o déficit de manutenção é de R$ 14 milhões/ano. Com essa nova disposição, vamos gerar uma receita de R$ 30 milhões/ano. O Metrô está reavaliando seu momento de planejamento. Isso se deve muito ao novo PDE”, informou.

Para Andra Robert de Carvalho Campos, da Secretaria Estadual da Habitação, pensar, hoje, em projetos habitacionais sem pensar em um projeto urbano é inconcebível. “O PDE permitiu que se buscassem áreas públicas disponíveis, próximas às áreas de transporte e as parcerias com a iniciativa privada permitem que se gerem receitas e se diminuam custos. Um dos caminhos é usar esses espaços para Habitações de Interesse Social (HIS) e dar usos não residenciais também. Uma das primeiras áreas que terá essa finalidade é a próxima ao terminal Belém do Metrô”, explicou.

Por fim Annie Amicci, gerente Departamento de Mobilidade Urbana  do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deu a visão do órgão público federal e respondeu a pergunta mais importante: como viabilizar tudo isso? Ela mencionou o estudo do Banco que estruturou as 15 maiores regiões metropolitanas do País que, ao longo de 12 anos, tiveram um total de R$ 234 bilhões de investimentos para a construção de 1,633 quilômetros de trilhos e infraestrutura. Mas, de acordo com ela, a grande questão para o BNDES é como reduzir custos e gerar receitas. “Estudamos cases do mundo como, pensamos em pedágio e estacionamentos urbanos como opções interessantes, mas o aumento dos potenciais construtivos tem tudo a ver com o que se discute em todo o mundo. Diminuir a dependência de investimentos públicos pelas cidades é o grande desafio”, enfatizou.

Na quarta e última parte, dia 24, “Metrô – Paradigma de Qualidade”, os convidados discutiram como o modelo de qualidade implantado nos serviços de metrô ao longo dos anos. Eles traçaram importante quadro sobre a evolução dessa áreas, que sempre foi pensada no modal, desde sua origem.O moderador Willian Aquino, coordenador regional da ANTP no Rio de Janeiro, deu início às explanações falando sobre como o metrô é fundamental no dia a dia das pessoas e das cidades. “A qualidade do meio fez com que o cidadão tivesse noção que as pessoas têm direitos”, salientou.

Claudio de Senna Frederico, vice-presidente da ANTP, mostrou como os padrões de qualidade mudaram ao longo doa anos, mas o Metrô sempre foi um paradigma. “Quando a operação do Metrô de São Paulo foi pensada – três ou quatro anos antes de efetivamente entrar em operação – a qualidade sempre foi uma questão estratégica, mas nunca deixou o oportunismo de lado. Entender o dia a dia e ver in loco o que era preciso se melhorado foi fundamental no princípio e ainda é.” Para ele, sempre houve um sentimento de pertencimento mutuo entre o usuário e metrô, desde o início. “O trabalho era fazer com que o passageiro confiasse e respeitasse algo que não existia antes, mas que tinha um parâmetro negativo, os trens. Foi preciso criar uma relação, ao mesmo tempo, afetiva e de eficiência do meio. E conseguimos”, assegurou.

Mostrando como o transporte por trilhos mudou o cenário de Porto Alegre e como a população entendeu o padrão de qualidade que se instalava, Ricardo Hessel, assessor executivo da Presidência da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (TRENSURB), falou sobre o novo paradigma de qualidade que o metrô instituiu. “Uma quase regra é a melhoria constante dos serviços. O passageiro prefere uma viagem mais confortável”, disse. Ele elencou os paradigmas da qualidade nas estações e composições: conforte nas estações, conforto nos três, conforto na circulação e das informações atualizadas (até por aplicativos), sinalização visual, limpeza das estações, limpeza dos veículos, segurança e vigilância, segurança na circulação e pontualidade.

João Batista de Moraes Ribeiro Neto, do Metrô-SP, explicou como o gerenciamento para manutenção da qualidade é fundamental. “A partir de 2000, o metrô passou a investir em gestão de qualidade dentro de padrões internacionais (ISO 9000). Como já tinha um sistema pronto, foi fácil adotar essas normas”, garantiu. Segundo ele, a gestão da qualidade ocorre de duas formas: gestão pela experiência e gestão pela crise. “Qualidade vem de uma gestão do projeto e da clareza dos resultados pretendidos no futuro”, ensinou.

“O Metrô é previsível e isso é muito positivo.” Com esse início,  nWilmar Fratini, assessor da Diretoria de Operações do Metrô-SP, explicou que o padrão de qualidade do Metrô-SP passa pelo total controle do sistema, que vai da limpeza à pontualidade. Ele disse que o modal foi feito por e para as pessoas e que, desde o começo, a empresa  procurou moldar o comportamento do passageiro. Hoje, com o progresso e a evolução, é o contrário. “Quem inova e traz modernidade ao sistema é o usuário. Nosso principal desafio é adaptar o sistema a esse passageiro. Qualidade, para o passageiro, passa pelo conforto e comodidade. Nosso principal desafio na gestão da qualidade é fazer com que o usuário se sinta respeitado. Assim, ele também respeitará. O metrô sem usuário não é metrô”, definiu.

Em sua 24ª edição, a Semana de Tecnologia Metroferroviária aconteceu entre 21 e 24 de agosto. Trata-se do mais importante Congresso Técnico do setor de transporte metroferroviário do País. Durante os quatro dias de evento, técnicos das operadoras, dirigentes empresariais e profissionais do setor debateram questões importantes relacionadas à mobilidade urbana nas grandes cidades.

Sobre a AEAMESP – A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), fundada em 14 de setembro de 1990‏, é uma entidade de fins não econômicos que agrega engenheiros, arquitetos, geólogos e outros profissionais de nível superior, devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs).

 

Informações à Imprensa:

Via Brasil Comunicação

Ana Lúcia Lopes – ana@viabrasilcomunicacao.com.br

Marco Barone – contato@viabrasilcomunicacao.com.br

Telefone: (11) 98655-5258