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T42 – Estratégias de orientação de usuários nas estações do TRENSURB para prevenção de acidentes – Sala 3
16:20 até 17:00
23/08/18

Sala 3

T42 – Estratégias de orientação de usuários nas estações do TRENSURB para prevenção de acidentes

Objetivo

O objetivo desse trabalho é apresentar estratégias simples e de baixo custo utilizadas para melhoria na orientação de usuários nas estações da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (TRENSURB), a fim de minimizar o risco de acidentes e melhorar o fluxo de usuários.

Relevância

O presente estudo é importante para o cenário atual por priorizar a gestão de riscos e a redução de acidentes principalmente em plataformas de estações de trens, através de ações para orientação de usuários. Para isso, foram realizadas pintura das estações, alterações de mobiliário, adesivos em placas e sinalização no piso. Levando em consideração questões de sustentabilidade foram criados protótipos de verificação da funcionalidade prévia, aproveitando materiais existentes, de simples instalação e de baixo custo antes da instalação definitiva com materiais de maior durabilidade. Além do mais, foram aproveitados serviços de manutenção já previstos em orçamento.

Descrição

A primeira estratégia descrita apresenta uma proposta de paleta de cores para as estações permitindo sua identificação visual, especialmente por pessoas com deficiência auditiva. As estações receberiam pintura de manutenção, sendo que o corpo das estações como um todo teriam a cor cinza metalizado e os volumes de circulação vertical teriam uma cor específica para cada uma das 22 estações do sistema, permitindo a identificação tanto para desembarque do trem como para direcionamento da saída. A proposta também previa que o mapa de linha no interior dos trens apresentasse a cor específica de cada estação. Observou-se que a linguagem visual atendeu com maior ênfase os usuários com deficiência auditiva, mas também, como resultado inusitado, foi constatado que crianças percebiam melhor a diferenciação das estações. A segunda estratégia é a alteração da posição do mobiliário (bancos e lixeiras) na plataforma com o intuito de alterar o comportamento do usuário. Durante os estudos de ocupação, observou-se que, nas plataformas com acesso pela extremidade, os bancos ficavam próximos aos acessos para facilitar sua utilização. Também criavam um efeito atrativo em cadeia, ou seja, os primeiros usuários que chegavam na plataforma quando vazia após o último embarque, procuravam um local para se sentarem. Os seguintes também, porém ao encontrar os bancos ocupados, permaneciam nas proximidades dos primeiros usuários sentados, causando assim, uma aglomeração nesse local. O embarque em aglomeração causava o bloqueio visual do piso, e somado ao vão maior entre trem e a plataforma em curva existente na estação Rodoviária, aumentava a probabilidade do acidente de queda no vão desta estação. Concomitantemente a isso, os usuários permaneciam junto das saídas, o que nos horários de pico causava impedância no fluxo. Corroborando as hipóteses previstas, as alterações do mobiliário para posições mais afastadas dos acessos puderam atrair usuários mais ao longo das plataformas, deixando sua ocupação mais distribuída, reduzindo a probabilidade de acidentes no embarque e desembarque dos trens. A mudança de comportamento dos usuários foi percebida quase que instantaneamente após a mudança da posição do mobiliário. Essa solução foi aplicada nas estações Rodoviária, Farrapos e Niterói. Na estação Rodoviária, posteriormente foi aplicado o texto “cuidado com o vão” e uma faixa amarela na borda da plataforma em contraste com piso para reforçar a visibilidade do risco de acidentes Na estação Aeromovel Salgado Filho foi utilizado uma estratégia diferente para posicionamento dos bancos. Constatou-se que ocorrendo o embarque e desembarque simultâneo prejudicava a saída de usuários, tendo em vista o corredor estreito pela configuração da plataforma. Para coordenar a entrada e saída do veículo, propôs-se o reposicionamento dos bancos a fim de configurar uma pequena sala de espera delimitada por um organizador de filas com a informação “antes de embarcar, aguarde o desembarque”. Notou-se que a solução funcionava caso a primeira pessoa aguardasse no local indicado, as demais permaneceriam também. Também foram utilizadas estratégias de pinturas e adesivos no piso para orientar o direcionamento dos usuários nas estações, através de setas, textos e pictogramas. Nos bloqueios das estações foram utilizadas pequenas placas a fim de facilitar o entendimento dos usuários sobre a utilização dos cartões. Apesar de inúmeras tentativas até encontrar a melhor solução, concluímos que foram de suma importância os testes aplicados em escala real para verificar a interação pessoa-ambiente, antes da sua aplicação definitiva. Notou-se que, com pequenas intervenções ocorreram significativas mudanças na orientação dos usuários, colaborando assim para evitar acidentes e melhorar o fluxo de pessoas nas estações.

Tiago Zulian -Trensurb

Artigo