23
ago
T30 – Corredor Oeste de exportação do Estado do Paraná – Sala 3
11:20 até 12:00
23/08/18

Sala 3

T30 – Corredor Oeste de exportação do Estado do Paraná

Objetivo

Este trabalho apresenta um diagnóstico sobre o atual sistema de transporte de cargas nos corredores logísticos do Estado do Paraná, visando atender as atuais e futuras demandas da produção paranaense. Ênfase especial foi dada à região oeste do Estado, pois atualmente é a mais carente no atendimento pelo modal ferroviário apesar de grande produtora de grãos e carnes. Subsidia a construção de uma ferrovia que ligue Dourados (MS) à Paranaguá (PR).

Relevância

O Estado do PR tem no agronegócio de grãos, carnes, derivados e outros produtos um dos alicerces de sua economia, que são movimentados intensamente pelas ferrovias e rodovias paranaenses, e que envolvem grandes volumes de carga com baixo valor agregado, o que torna o modal ferroviário o ideal a ser utilizado. Porém, apesar disso, o transporte ferroviário tem baixa participação na matriz de transportes, com a maioria da carga sendo transportada pelas rodovias, o qual apresenta custos maiores e maior emissão de carbono por tonelada transportada; ou seja, o Paraná perde econômica e ambientalmente quando prioriza o caminhão em detrimento do trem.

Descrição

Conforme o estudo, que fez uma pesquisa sobre a origem e o destino das cargas movimentadas pelo porto de Paranaguá, o Estado tem forte participação no setor do agronegócio. A agricultura paranaense é hoje responsável por aprox. 20% da produção nacional de grãos. O porto de Paranaguá é o 2º maior do Brasil em transporte de cargas, e possui uma movimentação de aproximadamente 45 MI TON/ano de produtos, somadas as exportações e importações. Como cenário futuro verificou-se que o Porto espera movimentar até 2025, 60 MI TON e seu Plano Mestre de 2012 projeta uma demanda de 75 MI TON/ano em 2030, concluindo-se que serão necessários investimentos na ampliação da capacidade de transporte. Considerando as características da carga (em sua maioria grãos que possuem baixo valor agregado) e o desequilíbrio dos modais (80% desta carga é transportada por via rodoviária), o Estado do Paraná, com base nos estudos realizados e na consulta a usuários, concluiu no presente trabalho que o modal ferroviário é o que mais deve ser incentivado, em busca de um equilíbrio no transporte de cargas, uma redução de custos logísticos e maiores ganhos ambientais. Para analisar a viabilidade da proposta, o estudo dividiu o Estado em três grandes regiões de produção agrícola: Norte, Oeste, e Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e Litoral. Foi definida a área de influência da ferrovia existente e calculado o potencial de produção para 2035 de cada uma delas, bem como a carga escoada pelas ferrovias, com dados das concessionárias (FERROESTE e RUMO). Foram também levantadas as necessidades de cada trecho para permitir a ampliação da carga a ser transportada. Concluiu-se que o trecho que mais traria retorno era o composto pela região Oeste e pela RMC e Litoral, que forma um corredor denominado então de “Corredor Oeste de Exportação do Paraná”. Este corredor, além do transporte gerado pela produção local está na rota do transporte da carga destinada à exportação das regiões Norte e Oeste e possui potencial de atrair cargas de estados próximos, como MS, MT, SP, GO e SC. A ferrovia que atende o porto no sentido Oeste-Litoral foi construída em 1885 e atravessa a Serra do Mar, sendo de interesse cultural e turístico. Sua geometria limita a capacidade de transporte em 10 MI TON/ano. A concessionária conta com um plano de modernização que envolve melhorias importantes, mas que não resolvem definitivamente o problema da capacidade da ferrovia. Assim, a solução seria a implantação de uma nova ferrovia ligando Mato Grosso do Sul ao complexo portuário do PR, com soluções para a Serra do Mar e os gargalos da Serra da Esperança, entre Guarapuava e Ponta Grossa, para o trecho que cruza a RMC e para a necessidade de expansão de pátios e a falta de centros de distribuição, plataformas intermodais e armazéns de estocagem ao longo da ferrovia. Ainda, foram estudadas alternativas a fim de resolver deficiências na regulamentação atual, que na prática acaba favorecendo a predominância de apenas um operador não permitindo que o direito de passagem seja exercido plenamente. Por meio dos estudos e informações apresentados, concluiu-se que o PR, especialmente o corredor oeste, dispõe de um volume de cargas que garante a viabilidade econômica dos investimentos em um sistema de transporte ferroviário, viabilizado pelo aumento o volume atual movimentado por trens de menos de 9 milhões de toneladas por ano para 30 MI TON, mais que três vezes o volume atual.

Notas

O trabalho foi coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral com a participação de outros órgãos públicos, como a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística, o Departamento de Estradas e Rodagem, a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina. Recebeu contribuições de entidades representativas do setor produtivo (FIEP, FAEP, OCEPAR), e teve o apoio do IPARDES, da SEEC, da CC do Governo do Estado, da AERVPSC, da RUMO, entre outros.

Murilo Noronha da Luz – Sec. de Plan. e Coord. Geral do Paraná

 

Apresentação