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T07 – Desenvolvimento de ferramenta para gestão de emissão de gases de efeito estufa – Sala 2
11:20 até 12:00
22/08/18

Sala 2

T07 – Desenvolvimento de ferramenta para gestão de emissão de gases de efeito estufa

Objetivo

O trabalho teve como objetivo integrar a gestão de carbono na rotina do sistema de gestão ambiental, tornando autônoma a geração dos Inventários de Gases de Efeito Estufa (GEE), além de oportunizar melhorias na comunicação com seus investidores sobre as ações relacionadas à gestão das mudanças climáticas.

Relevância

O desenvolvimento da governança GEE é fundamental para empresas do setor metroferroviario de forma a contribuir com ações relacionadas as Mudanças Climáticas. A gestão permite a avaliação de desempenho e comparativo entre as empresas do setor de transporte, oportunizando negócios com novos investidores e clientes sensibilizados pelo tema. O monitoramento contínuo das emissões também possibilita mensurar ganhos com investimentos em novos equipamentos e tecnologias de baixas emissões, e avaliar os ganhos com as melhorias realizadas nos processos existentes.

Descrição

Entre os anos de 2010 a 2013 a empresa, anteriormente denominada ALL – América Latina Logística, iniciou os trabalhos de gestão de GEE contratando empresa terceira para a elaboração de inventários, sendo interrompido em 2014, 2015 e 2016. Em virtude da falta de abordagem no assunto, a companhia limitou-se a desenvolver melhorias no processo de Gestão GEE. Em 2017, a Rumo com apoio de consultoria, desenvolveu projeto para retomada dos cálculos das emissões de GEE, sendo definido processo para coleta de dados e desenvolvimento de ferramenta para realizar o cálculo mensal das emissões. Foi analisado o contexto da gestão de mudanças climáticas nos cenários nacional e internacional, realizado benchmarking e avaliação de metodologias aplicadas em outras ferrovias e outros negócios e definida o uso da metodologia GHG Protocol, já adotada nos relatórios anteriores e compatibilizada com os inventários das demais empresas do Grupo. Foi escolhida a abordagem de relato por controle operacional. Os gases considerados foram o CO2, CH4 e N2O, para Escopos 1 e 2 definidos pela metodologia como reporte mandatório. Para o racional de cálculo das emissões de GEE foi levado em consideração o fator de atividade da empresa em conjunto com os fatores de emissão constantes e variáveis dos combustíveis ou insumos utilizados. Os fatores de emissão adotados foram massa de emissão de GEE por poder calorífico. Além da contabilização das emissões absolutas da empresa foram incluídos no trabalho a contabilização das emissões especificas, que permitem avaliar a eficiência operacional versus os investimentos e melhorias nos processos. No estudo foram recalculados os dados dos anos 2010 a 2014 e calculado os anos de 2015 a 2017, de forma padronizar a base e permitir visão comparativa entre os anos. Como resultado foi obtido histórico completo das emissões e dados de produção dos últimos 7 anos. De forma geral foi observado que emissões diretas da Rumo apresentaram crescimento entre os anos de 2010 a 2014 e desse período até 2016 sofrem queda. O pico de produtividade nos anos avaliados foi no ano de 2017, com um aumento de quase 32% comparado ao ano de 2010. Sob o ponto de vista das fontes das emissões, a combustão móvel representam 98.3 % do total. Somente a operação de sua malha ferroviária representaram cerca de 96% das emissões absolutas para os anos analisados. Em relação as emissões específicas, considerando o período de 2010 a 2017, a Rumo evoluiu satisfatoriamente apresentando redução de 23% no período. Dentre as diversas ações nos últimos dois anos que contribuíram para este resultado, destaca-se o “Projeto Diesel” que promoveu melhorias nos Postos de Abastecimento de Locomotivas. Foram investimentos em reformas e trocas de equipamentos em 29 estruturas de abastecimento, além da revisão dos procedimentos operacionais e treinamento de colaboradores e ações promovendo o aumento da eficiência operacional. Conclui-se que, apesar de o transporte ferroviário ter baixo impacto sobre as mudanças do clima quando comparado a outros modais, existe uma necessidade de contabilizar e otimizar as emissões de GEE uma vez que esse modal se apresenta como parte da solução da redução destas emissões para o setor de transportes como um todo. Neste contexto, pode se afirmar que o desenvolvimento da ferramenta permitiu a integração na rotina do sistema de gestão ambiental, assim como a geração de conhecimento interno sobre o tema. A contabilização continua das emissões permitiu a emissão de relatórios de forma rápida, possibilitando a análise de eficiência operacional em conjunto com desempenho das emissões GEE. Destaca-se ainda que estão previstos como próximos passos do trabalho, a verificação por terceira parte do sistema de gestão de GEE, assim com estabelecimento de metas e de estratégias de curto, médio e longo prazo de mitigação de emissões, considerando projetos de compensação e ou comércio de carbono.

Mauricio Caetano de Mello – Rumo Logística S.A.

 

Apresentação

Artigo